
O que o Dia Internacional da Igualdade Feminina me mostrou sobre a importância da cultura organizacional nas empresas
- apolo
- 23 de setembro de 2021
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Antes, uma reflexão: se eu te perguntar sobre a cultura da sua empresa, você sabe elaborar uma resposta?
Saiba que ter uma cultura organizacional bem definida é um fator muito importante para uma empresa conseguir atingir os seus objetivos.
Uma vez que, a cultura organizacional é a base da sua instituição, é o elemento que define o comportamento dos seus funcionários. É ela que mantém todas as dinâmicas da empresa, e consequentemente, a forma como os colaboradores interagem entre si.
E, em meio a esse assunto tão importante, que muitas vezes é deixado de lado pelas empresas. Não podemos deixar de destacar um fato que é negligenciado por outras tantas, a desigualdade de gênero no mercado de trabalho!
E é aqui que estes dois assuntos se encontram.
No dia 26 de Novembro é lembrado como o Dia Internacional da Igualdade Feminina, o que reforça a necessidade de debates conscientes para ações efetivas na conquista da equidade em diferentes esferas da sociedade.
E uma ótima maneira de começar a trazer estas questões de gênero para a cultura do seu negócio é ampliar o debate dentro das empresas.
Violência de género e o impacto na carreira
No Brasil, o nível de escolaridade das mulheres é superior ao dos homens: entre eles, 21,5% frequentaram o ensino superior; entre elas, 29,75%, segundo a pesquisa ‘Estatísticas de Gênero”, do IBGE, divulgada em março de 2021. Contudo, o mercado de trabalho não reflete essa situação.
Historicamente, mulheres possuem desvantagens na área, como menor participação na força de trabalho, ocupação de setores e cargos menos valorizados, e menores salários. E a pandemia só veio agravar essa situação.
Além disso, as mulheres continuam sofrendo abusos e assédios morais e sexuais no ambiente de trabalho. Segundo um estudo realizado pela Agência Patrícia Galvão (2020), cerca de 40% das mulheres já foram xingadas ou ouviram gritos em ambiente de trabalho, contra apenas 13% dos homens.
Mudar essa realidade hoje é prioridade.
E foi pensando nisso que a On Mídia separou um momento para conscientização e debate sobre a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, junto com os palestrantes Bruna dos Santos Gonçalves, advogada especialista em Direito Penal da Mulher, e Marlos Dick Hermes, advogado Especialista em Direito das Diversidades e Inclusão Social, facilitador de grupos reflexivos para homens autores de violência contra a mulher pelo programa “E Agora José? – Pelo fim da violência contra a mulher”.
Foi um momento de muita partilha, em que os nossos empreendedores foram divididos por gênero, onde puderam fazer reflexões e entender como as relações de gênero se estabelecem na sociedade e o que, enquanto parte de uma organização, podemos fazer para mudar essa realidade.
Isso me fez refletir sobre a importância de entender como as empresas têm se comportado a fim de proporcionar verdadeiras mudanças culturais e estreitar as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
A cultura, neste sentido, se torna importante para compreender, de uma melhor forma, as empresas e as relações de trabalho a partir das dimensões culturais e práticas.
Agora, confira algumas ações que você pode tomar junto aos seus colaboradores para proporcionar um espaço cada vez mais igualitário:
1. Estabeleça uma cultura de zero tolerância ao assédio na sua empresa
O assediador geralmente não sofre retaliação pelo assédio cometido a qualquer colega de trabalho. No mesmo estudo publicado pela Agência Patrícia Galvão (2020), em apenas 34% dos casos denunciados aos gestores, a empresa ouviu o relato da vítima e puniu o agressor. Em 12%, a empresa sequer ouviu a vítima.
2. Mude a política da sua empresa, se necessário, para proporcionar um ambiente seguro
Infelizmente, políticas internas contra o assédio ainda são fracas e o medo prevalece. Como a sua empresa pode construir uma cultura mais acolhedora?
3. Crie espaços de acolhimento
Um posicionamento oficial aliado a uma ouvidoria especializada para acolhimento das vítimas é extremamente importante. Distribua materiais informativos e educativos para a sua equipe, proporcione momentos de debate e implemente um canal de denúncia anônima independente da empresa.
Texto por Jéssica Gradin.